Quando começamos a debater educação nas escolas, ouvimos sempre o mesmo discurso: o governo tem de investir mais em educação básica. Entretanto, essa é uma atitude estagnaria, pois não pensamos no ponto crucial da questão: Reformular como a educação, se os professores mesmo não estão preparados?Como reflexo do nosso estudo, compreendemos a importância da formação devida dos nossos professores, assim como valorização e tempo de aprimoramento. Porém, a grande questão gira em torno de quem serão os professores e para quem eles vão ensinar. Defendemos que o povo deve estar na universidade, pois o mesmo entende as necessidades da classe de qual ele fez/faz parte.
Durante anos a universidade foi reflexo classista da sociedade, e até hoje o ensino superior é elitizado, não só em questão financeira dos jovens que ela freqüentam, mas por representar somente 12% da população de 18 a 25 anos. Além disso, classes historicamente oprimidas, raramente conseguem entrar, pois a inteligência e esforço quase sempre não são suficientes em uma prova de acesso que te cobra decoreba, fórmulas, em resumo, um pré-vestibular, que “ensina” como passar.
Contudo, simplesmente dar oportunidade para as pessoas de situação financeira difícil não é o suficiente. Precisa haver uma reestruturação do ensino superior, juntamente com uma expansão e interiorização, para que a evasão nos cursos deixe de ser tão grande. E mais ainda, é preciso abrir cursos noturnos para dar possibilidade aos estudantes que trabalham poderem cursar a universidade.
Como falado antes, o vestibular é um modelo arcaico e excludente de avaliação, e não representa o verdadeiro conhecimento de mundo que o estudante tem que construir para terminar proveitosamente seu curso. O vestibular está transformando o ensino médio, época em que os estudantes sentem cada vez mais forte, as mudanças em seu corpo e sua mente. É nessa parte da vida escolar que o estudante descobre o que lhe agrada como profissão, que ele passa a adquirir mais responsabilidade. Infelizmente, esse modelo de prova transforma os anos de descoberta em anos de tensão. Nas escolas públicas a situação é mais alarmante ainda, pois os alunos vêem na universidade a única chance de dar uma vida digna para sua família. Como propostas concretas defendo a Reserva de Vagas, o REUNI e o Novo ENEM.
A primeira proposta é uma lei que reserva 50% das vagas da universidade para estudantes oriundos de escola pública com recorte socioeconômico, sendo proporcional em todos os cursos e turnos. A segunda proposta é um programa do governo federal, que aumenta consideravelmente o repasse para os institutos federais á medida que os mesmos cumpram metas de acordo com um projeto pré-estabelecido pela própria universidade. A terceira proposta é um projeto que existe a muito tempo e que agora foi implantado com mais ferocidade pelo MEC. O ENEM muda a visão da prova do vestibular, pois debate com uma questão que os movimentos sociais sempre levantaram: qual o objetivo do vestibular? Hoje entendemos que o objetivo do ENEM é avaliar se o estudante consegue lidar com a matéria da escola no dia a dia. A universidade pioneira nas experiências com o REUNI e na defesa absoluta do NOVO ENEM é a UFRJ. Ela abriu só esse ano diversos cursos novos, como o de Relações Internacionais, e outros tantos a noite, como historia e filosofia no IFICS. E está ajudando na nossa luta pelo ENEM. Adotando-o como primeira fase.
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