Na sexta-feira (14), cerca de 10 mil jovens de 14 países passaram a noite ao ar livre, na “noite sem teto”, a fim de alertar sociedade e autoridades para a questão da pobreza e da falta de moradia nos países latino-americanos e caribenhos. A atividade ocorreu em 22 cidades de 14 países da América Latina e do Caribe como: Buenos Aires, na Argentina; La Paz, na Bolívia; Bogotá, na Colômbia; Quito, no Equador, México DF, no México; Assunção, no Paraguai; Lima, no Peru; e Tegucigalpa, em Honduras.
“Durante décadas, as Nações Unidas têm trabalhado para livrar as pessoas da pobreza. Conseguimos grandes progressos, mas hoje essas conquistas estão em perigo”, destacou Ban Ki-Moon, secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em mensagem divulgada por ocasião do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
Ban Ki-Moon apontou também a crise econômica, a mudança climática, o aumento dos custos de alimentos e energia e os efeitos dos desastres naturais como grandes dificuldades enfrentadas na atualidade. Entretanto, para ele, tais desafios podem ser superados se as pessoas estiverem no centro das atenções dos governantes.
“Com demasiada frequência comprovo, nos debates sobre nosso futuro, a ausência de três grupos: os pobres… os jovens… e o planeta. Enquanto trabalhamos para evitar uma crise financeira mundial, devemos trabalhar também para evitar uma crise mundial de desenvolvimento. Não podemos, em nome da austeridade fiscal, recortar investimentos de sentido comum nas pessoas”, comentou.
A mensagem do representante da ONU pede que os Estados se empenhem mais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e para construir um mundo sem pobreza.
“Não é o momento de andar para trás. É o momento de avançar com mais empenho para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. É o momento de se preparar para tirar o máximo proveito do Rio+20, a importantíssima conferência sobre desenvolvimento sustentável do próximo ano. Juntos, escutemos as pessoas e lutemos por suas esperanças e aspirações. É assim que construiremos um mundo sem pobreza”, finalizou.
No Brasil
Segundo dados divulgados no primeiro semestre desde ano, pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 16,27 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, o que representa 8,5% da população. Do contingente de brasileiros que vivem em condições de extrema pobreza, 4,8 milhões têm renda nominal mensal domiciliar igual a zero. Outros 11,43 milhões possuem renda de R$ 1 a R$ 70.
E mais, ainda segundo o levantamento, a grande maioria dos brasileiros em situação de miséria é parda ou negra, tanto na área rural quanto na área urbana. Já 46,7% das pessoas na linha de extrema pobreza moram na região rural, apesar de somente 15,6% da população brasileira morarem no campo. O restante das pessoas em condição de miséria, 53,3% estão localizadas em grandes centros urbanos, onde está a maoria da população (84,4%).
A região Nordeste concentra a maior parte dos extremamente pobres, sendo 9,61 milhões de pessoas (59,1%). Destes, a maior parcela (56,4%) vive no campo, enquanto 43,6% estão em áreas urbanas.
Para combater a miséria, o governo federal investe no programa Brasil Sem Miséria.
Quando foi instituído
Instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1992, a data tem o objetivo de alertar lideranças mundiais para a importância de erradicar a pobreza. Estimativas da ONU apontam que cerca de 1,4 bilhão de pessoas no mundo vivem em níveis de pobreza. Situação que pode piorar devido aos problemas atuais.
POR: ADITAL, com Agências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário