quinta-feira, 1 de setembro de 2011

1º Encontro de Mulheres da UBES entra para história!


Os estudantes entraram no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados em Brasília fazendo barulho, muito barulho; eles são o público do 1º Encontro de Mulheres da UBES (EME) que aconteceu ontem, dia 31. Os principais temas abordados são: saúde, educação, mercado de trabalho e comportamento tendo a mulher/moça/menina secundarista como plano de fundo.
 
 A mesa foi composta por mulheres e um único homem, Yann Evanovick, presidente da UBES. Na abertura do ato ele apontou que 80% da base dos estudantes secundaristas são de mulheres e meninas que enfrentam o machismo.
<< Comportamento>>  Segundo Débora Peres, Diretora de Mulheres da UBES, o Encontro é o primeiro passo para combater o machismo dentro das escolas. Quem concorda com ela é Cristina Castro, secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE), que afirma:
“Na escola, onde as meninas ficam de um lado e os meninos do outro. Quando se decide quem pode carregar o peso, entre outros comportamentos. Precisamos quebrar os estereótipos, pois a nossa luta tem poder de transformação social”.
A deputada Érika Kokay não pensa diferente, foi ela quem apresentou várias emendas da UBES e da UNE ao PNE. Ela afirma que a escola é um aparelho ideológico de cosntrução da identidade com poder de transformação, e completa:
“Nós mulheres queremos estar em todos os lugares, não queremos apenas ser donas de casa, queremos ser donas de nossas vidas, donas de nossos corpos e das nossas escolhas”.
Os estudantes foram indagados: A violência que a mulher sofre é apenas física? Quem respondeu foi a coordenadora da Bancada Feminina, Janete Rocha Pietá, ela que também militou contra a Ditadura Militar, afirma: “Existem vários tipos de violência e nem sempre começa com a violência física”.
<< Mercado de Trabalho>> O machismo, a falta de escolhas e até mesmo a não escolha é uma forma de pressão (que pode ser considerar violência) contra a mulheres, na qual implicitamente se define o que “é trabalho de mulher” ou o que deixa de ser. Os números apontam aos estudantes os desafios que temos para enfrentar.
“Das 503 vagas na Plenária, apenas 49 são ocupadas por mulheres -afirma a deputada federal, Fátima Bezerra,mas nós não vamos desistir”.
A luta ainda vai longe, já temos visto o protagonismo das mulheres na política, como  a presidenta Dilma Rousseff, Severine Macedo, 1ª mulher a ocupar o cargo de Secretária Nacional de Juventude e a Vanessa Grazziotin, primeira mulher a ocupar o cargo de senadora no Amazonas.
<< Saúde>> O tema sexualidade, que parece tantas vezes tão restrito foi também tema de discussão no Encontro, porque hoje é incomum, especificamente com as mulheres, falar livremente da educação sexual, relacionamento e sexualidade. Esses conceitos arcaicos do conservadorismo em relação ao gênero homem/mulher influência diretamente na prevenção, como exemplifica a diretora da União Brasileira de Mulheres, Maria das Neves: “O aborto é questão de saúde pública que será discutido na Conferência de Juventude”, diz.
Todas as mulheres da mesa, entre elas Deputada Federal -Manuela D’ Ávila, Jô Morais e a líder estudantil chilena presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), Camila Vallejo, foram presenteadas com um girassol, flor que representa o desafio e a superação no período da Anistia. Camila, que declarou total apoio ao movimento estudantil brasileiro falou aos estudantes:
“Quero apresentar minha gratidão e apoio. Não vamos caminhar nunca de cabeça baixa, pois temos a educação para transformação social”.
Os  estudantes com aplausos e assovios criaram uma nova palavra de ordem: “Chile amigo, Brasil está contigo”.
“A UBES somos nós, mulherada aqui tem voz”
Palavras de ordem foi o que não faltou para os estudantes, eles que lotaram o auditório da Câmara com criatividade e engajamento no assunto tiveram forte participação no EME, recebendo ainda da Ministra Iriny Lopes a reafirmação do compromisso à juventude brasileira. Ela afirmou ainda que a base da capacitação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) terá questão do gênero trabalhada.
Os estudantes de todo o Brasil que encheram os ônibus e que também foram à Brasília participar da #marchadosestudantes, cestiveram na Comissão da Educação para discussão do novo PNE e ainda entregaram pautas de reivindicação à presidenta Dilma  no Planalto, iniciaram com pé direito o 1º Encontro de Mulheres. Marcando também a abertura do 13º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) da UBES encerrando o dia com saldo positivo:
Durante o Encontro foi anunciada a aprovação do Comitê de Política Monetária (COPOM) em reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual e também a aprovação na Câmara dos Deputados de 3 milhões de vagas para o PRONATEC.
A data é memorável, pela luta e suas conquistas.
POR: BLOG DA UBES.

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