Dia 8 de outubro marca a morte do ícone da revolução na América Latina
Homem de personalidade forte, orador inteligente, hábil estrategista e, acima de tudo, extremamente voluntarioso e decidido. No dia 8 de outubro de 1967, Ernesto Che Guevara, um dos principais líderes da Revolução Cubana e ícone da revolução na América Latina, ficou isolado em território desconhecido, na Bolívia, sendo perseguido pelo exército e levado para o povoado de La Higuera. No dia seguinte, foi assassinado com 11 tiros.
Hoje, 44 anos após sua morte, o médico, ministro, guerrilheiro e intelectual ainda é uma imagem bastante presente no mundo inteiro, especialmente na ilha de Cuba, onde são prestadas homenagens todo ano por meio do “Dia do Guerrilheiro Heróico”.
Convencido da necessidade de estender a luta armada revolucionária a todo o Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação de grupos guerrilheiros em vários países da América Latina e foi um dos comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953-1959), instalando um novo regime político no país.
O fato de ter deixado o poder em Cuba para vir morrer nos confins da selva boliviana, tornou Che um símbolo de determinação entre a juventude, respeitado até por aqueles que não compartilham das ideias socialistas. A banda de rock Rage Against the Machine, por exemplo, ficou famosa no mundo inteiro por sua militância esquerdista e por idolatrar o guerrilheiro, além de criticar o sistema americano. A imagem de Che também reaparece em pôsteres, bottons e camisetas, que o consagram como um mito latino-americano, um nome eterno de coragem contra as injustiças sociais do mundo.
Recentemente, sua história foi contada através do filme “Che”, de Steven Soderbergh, que traz Benicio Del Toro e Rodrigo Santoro no elenco. O longa, de cinco horas, segue o triunfo de Che e Fidel Castro na revolução cubana, mostrando de maneira quase épica algumas batalhas que levaram os guerrilheiros ao sucesso.
Che Guevara nasceu dia 14 de junho de 1928 em Rosário, na Argentina. Em 1952, quando ainda era estudante de medicina, fez uma viagem por países latino-americanos (Chile Peru, Colômbia e Venezuela), com seu amigo Alberto Granado. O momento, inclusive, foi muito bem registrado pelo diretor brasileiro Walter Salles no filme “Diários de motocicleta”. Che, nesta viagem, se sensibilizou com a miséria, acreditando na via revolucionária como elemento de transformação.
Na Guatemala, para onde foi em 1953, já médico, colaborou no governo democrático e reformista de Jacobo Arbenz, que afetou interesses norte-americanos e foi derrubado por um golpe elaborado pela CIA (inteligência dos EUA). Exilado no México em 1955, Guevara conheceu um grupo de cubanos que tentara derrubar o ditador Fulgencio Batista, aliado dos EUA. Foi então que ganhou o apelido Che, participando dos planos revolucionários dos irmãos Fidel e Raúl Castro.
Em 1956, o grupo desembarcou em Cuba e organizou uma guerra de guerrilhas na Sierra Maestra, que culminou em 1959 na queda de Batista. Foi o início da Revolução Cubana, que iniciou um amplo programa de reformas. Che Guevara chegou a dirigir o Banco Nacional e o Ministério da Indústria de Cuba.
O líder revolucionário esteve no Brasil em 1961, quando foi condecorado pelo então presidente Jânio Quadros. Em 1965, saiu de Cuba para participar de guerrilhas de esquerda na África e na América Latina. Em novembro de 1966 chegou a La Paz (capital boliviana) com o nome de Adolfo Mena González e passaporte uruguaio. Acabou sendo morto no país, em 1967. Mais tarde, investigações mostraram que houve participação ativa da CIA e de militares americanos na caça a Guevara. Seus restos mortais só foram encontrados em 1997, em uma vala comum.
Assista ao vídeo em homenagem aos 44 anos da morte de Che Guevara:
POR: Patricia Blumberg.
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